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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Na política quase tudo tem motivo, até mesmo a sinceridade.

Não escondo minha predileção pelo Senador, Roberto Requião, do PMDB-PR. Seus mandatos no comando do Estado do Paraná foram de algum modo proveitosos, pelo menos, na minha opinião. No entanto, o foco desta postagem é outro. Trata-se de uma vídeo com declarações do senador à respeito de publicações contrárias ao atual Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB.



Veiculado através da página do senador na internet, e em seu canal no Youtube, as declarações sobre o direito da ampla defesa em relação às acusações realizadas pela revista Istoé e pelo Jornal Folha de São Paulo, acerca do governador Beto Richa, são até certo ponto pertinentes. Veja bem, "até certo ponto".

Precisamos convir que Requião não "dá ponto sem nó".

Para quem há pouco havia pedido prisão ao governador, (vide aqui) até que o esclarecimento foi rápido - mesmo que o apoio seja pontual. E me desculpem os mais detalhistas, mas simplesmente assim é na política! Campo, onde quase sempre as divergências são amplamente rejeitadas quando é conveniente. E este é apenas um breve exemplo.

Para entender os reais motivos do apoio a Richa, não é preciso vagar muito - na verdade um apoio a si mesmo, digamos, maquiado pela situação. Por mais de uma vez o senador do Paraná teve problemas com a imprensa. Problemas sérios, como o divulgado pelo portal UOL, em que Requião toma um gravador de um repórter da Rede Bandeirantes. 

Enquanto governador do Paraná, Requião foi por diversas vezes acusado de nepotismo tanto pela imprensa, como por concorrentes eleitorais. E naquela época, a ampla defesa não foi tão citada. O que aparentemente acontece é que no jogo da política, é preciso aparentar ser melhor com as mais inúmeras virtudes. Assume-se o risco de se cair no "poço da bondade", por isso a cautela e a dosagem. Requião costuma tomar esse cuidado, mas dessa vez acabou defendendo um direito por meio de uma imparcialidade já maculada.


Tão longe (quando convém), tão perto (quando convém)... não, não é um filme.

É importante fomentar, para um entendimento maior, a proporção do ocorrido. É sabido que o tema não vai circular na mídia. Poucos puderam perceber a jogada política em sua essência. Porém, ainda que irrelevante, a questão demonstra muito à respeito do cenário político.

Daí ainda a necessidade de se entender que no alto escalão não há que se falar em idolatria. Enquanto cidadãos e eleitores é preciso pesquisar, pesquisar, e pesquisar mais ainda quando se diz respeito da escolha de um candidato. Mesmo passo quando se pretende efetuar uma compra valorosa. Quem deseja comprar um veículo, por exemplo, caso esteja atento, sempre acaba por encontrar falhas e desacordos. É só prestar atenção. De mesmo modo na política, independente da agremiação partidária.

E este artigo é bastante oportuno, sobretudo em 2014, ano eleitoral para os principais cargos políticos do país. Particularmente sobre a questão principal do texto, embora Roberto Requião não tenha oficializado sua candidatura ao governo estadual - talvez nem oficialize - suas declarações fomentam a velha política que procura conectar-se e desconectar-se do passado a fim de vantagens futuras.

Atualização: 08/08/2014, às 16h42

Duas notícias que ilustram exatamente à quantas anda o cenário político:

Passeio de Beto Richa de Harley termina mal
Dono de restaurante desmente que Beto Richa tenha sido hostilizado


Ambas publicadas ontem, 07/02/2014. Uma relata uma completo escândalo e outra desmente.

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